
Ainda que me pergunte,
ainda que mal respondas;
ainda que mal te entendas,
ainda que mal repitas;
ainda que mal insista,
ainda que mal desculpes;
ainda que mal me exprima,
ainda que mal me julgues;
ainda que mal me mostre,
ainda que mal me vejas;
ainda que mal te encare,
ainda que mal te furtes;
ainda que mal te siga,
ainda que mal te voltes;
ainda que mal te ame,
ainda que mal o saibas;
ainda que mal te agarre,
ainda que mal te mostres;
ainda assim pergunto:
me amas?
E me queimando em teu seio, me salvo e me dano...
...de amor.
Drummond de Andrade
4 comments:
Eterna pergunta e eterno desespero... às vezes pergunto de que será feito o amor, é a paixão avassaladora, que move montanhas, ou o amor calmo e amigo, tranquilo, será o mar em tempestade ou um lago sereno? o que será o verdadeiro amor? aquele que perdura... Ai, Wolfie, tantas perguntas e tão poucas respostas.
Obrigado pelo aconchego que deixaste em Terra. um bjo
Cris
Gostei deste espaço, apesar de ter medo de cães ( imagine-se Lobos),
muito bonito o teu poema.
Chuviscos
Gosto desta ideia: que o Amor é uma forma de conversação em que as palavras agem em vez de serem faladas - D. Lawrence
bjito
só para deixar um beijinho de bom fim de semana e um obrigado pela tua sensibilidade e pelo poema lindo que me deixaste!
Cris
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